IC

As diretrizes americanas de Hipertensão Arterial usam o termo pré-hipertenso há bastante tempo. A Sociedade Brasileira de Cardiologia, nas suas últimas diretrizes sobre o assunto, recém-publicadas, também resolveu adota-lo. Como já citei no post anterior (clique aqui e confira), o termo pré-hipertenso, assim como pré-diabético, têm como função primordial aumentar o nível de alerta das pessoas que estão nesta condição para que algo seja feito antes que a doença propriamente dita se instale. A critica que fica, no entanto, é que colocar a palavrinha “pré” antes de hipertenso ou diabético traz a noção de que faltamente isso acontecerá, o que nem sempre é verdade. Indivíduos nesta faixa de pressão arterial podem permanecer nela por muito tempo e até mesmo nunca desenvolverem Hipertensão Arterial.

Sabemos, contudo, que o alerta é muito útil, principalmente se junto com esse pequeno aumento de pressão, ainda não suficiente para dizer que o paciente é hipertenso, vier outros fatores de risco para doença cardiovascular, como obesidade abdominal e síndrome metabólica (clique aqui e conheça mais sobre essa síndrome)E quem pode ser chamado de pré-hipertenso? Recebem essa designação pacientes que tenham medida de pressão arterial de consultório entre 130-139 mmHg na máxima e 85-89 na mínima. Acima de 140×90 mmHg passamos a chamar de Hipertensão Arterial.

E o que devemos fazer neste caso? Quando falamos de Hipertensão, falamos de 2 ordens de fatores de risco, os modificáveis (aqueles em que podemos atuar) e os não-modificáveis (aqueles que sobre os quais nada podemos fazer). Já falei sobre isso num post anterior (clique aqui e confira). Mas repito rapidamente os fatores modificáveis para que você possa relembrar: abuso de sal na dieta, sedentarismo, estresse, abuso de álcool, tabagismo e obesidade. Em alguns pacientes de mais alto risco, como aqueles que já tiveram um Infarto ou um AVC, podemos até mesmo usar medicações para diminuição da pressão arterial. Mas para todo sempre cabe a lição de casa, de melhorar o estilo de vida. Convido você a ter atenção aos fatores modificáveis e sair da zona de conforto. Que tal?