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Frequentemente sou convidado a palestrar sobre os efeitos da ansiedade e da depressão para o coração (lembrando aos amigos que sou cardiologista!). E o que vejo nos estudos sobre o assunto é muito semelhante ao que percebo no convívio com jovens, tanto nas turmas de medicina para qual leciono, quanto nos pacientes que atendo no meu consultório. Estamos vivendo uma epidemia de doenças emocionais, especiamente ansiedade e depressão, entre nossos jovens.

Em relação a isso, estudo recente da escola de saúde pública da Harvard, publicado no American Journal of Epidemiology, nos traz uma dica preciosa. Ele avaliou a correlação entre práticas religiosas, como frequentar uma reunião (missa, culto, etc) uma vez por semana e meditar/orar em casa, na infância e adolescência, com a saúde emocional após os 20 anos de idade.

Muitíssimo interessante foi o achado que crianças e adolescentes que frequentavam práticas religiosas pelo menos uma vez por semana, tinham 18% mais chance de relatar que eram felizes anos 20 anos. Além disso tinham 30% mais chance de fazer serviços voluntários e 33% menos risco de abuso de drogas após os 20 anos de idade.

Aqueles que meditavam ou oravam diariamente também tiveram mais satisfação com a vida, foram considerados mais hábeis em processar emoções e mais gratos com a vida em comparação com aqueles que não tinham essa prática. Também eram menos propensos a comportamentos sexuais de risco e apresentarem doenças sexualmente transmissíveis.

Que dica preciosa! Vamos cuidar de nossos jovens e fazer a lição de casa. Em tempos de estímulos inúmeros para distrair a atenção de pais e filhos, vale a pena repensar nossa rotina.