Ao longo da minha formação como médico e de minha vivência como cardiologista, ficou cada vez mais claro para mim que a causa primordial da pouca saúde de meus pacientes era o estilo de vida inadequado, baseado em uma dieta de baixa qualidade e no sedentarismo. Porém falar de nutrição com qualidade no longo prazo ainda é um desafio tanto para o médico quanto para o paciente, ainda que todo dia nos deparemos com novidades e modismos nesta área. O fato é que, como carecemos de estudos de longo prazo, com o rigor científico necessário para que possamos confiar nos dados produzidos, acabamos reféns desses modismos, que não se sustentam no longo prazo. Daí o fato de muitas vezes a orientação nutricional, tão relevante para nossa saúde, acabar banalizada e virar motivo de piada entre o público leigo.

 

A dieta inadequada persiste, tanto no Brasil como mundo afora,  intimamente atrelada a baixas condições de saúde e qualidade de vida. A explosão de obesidade e de alterações metabólicas no nosso meio deixa atônitos tanto os profissionais de saúde da linha de frente quanto os gestores em saúde. Além disso, nos enche de uma sensação de impotência diante desses fatos, uma vez que hábitos extremamente enraizados em nossa cultura são mais difíceis de serem transformados, especialmente no pequeno espaço de tempo que a maioria de nós tem para o contato com paciente.

 

Proponho um estilo dietético simples do ponto de vista de execução, baseado num aumento do consumo de frutas e vegetais frescos, peixes marinhos e grãos integrais, além de reduzir açúcar, refrigerantes e sódio (Veja tabela de sugestão de alimentação). Aliado ao manejo do estresse e aumento na atividade física, poderemos atingir uma saúde mais adequada e maior longevidade livre de doença.

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