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Tornou-se muito comum dentro da medicina e, em particular, na cardiologia, indicar uso de aspirina em baixas doses, para prevenir infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Para pacientes que já tiveram um problema como esse, não há dúvida quanto ao benefício da aspirina em prevenir doença e prolongar a vida. Porém, para pacientes que nunca experimentaram uma obstrução circulatória, esse benefício pode ser ofuscado por um maior risco de sangramento que a aspirina causa.

Nos últimos dias, sua indicação levou 3 duros golpes, de grandes estudos sobre o assunto:

1- o primeiro (ASCEND) usou aspirina em 15mil diabéticos e mostrou uma pequena redução no risco de infarto ou AVC, mas um grande aumento no risco de sangramento.

2- o segundo (ARRIVE) avaliou em 13 mil pessoas com risco cardiovascular moderado o uso de aspirina. Ela não diminuiu o risco de morrer nestes pacientes.

3- o terceiro (ASPREE) avaliou em mais de 20mil idosos o uso de aspirina e também houve pouco benefício da medicação e um risco aumentado de sangramento.

Desses estudos grandes, bem conduzidos, parece haver uma lição clara. Aspirina é ótima, mas para individuos que já tenham doença estabelecida. Caso contrário, ela deve ser reservada para pessoas de risco cardiovascular muito alto. Mas, se você usa aspirina, não pare. Discuta isso com seu médico primeiro.