IC

Uma queixa frequente nos consultórios médicos é falta de ar (fadiga) aos esforços. Esse sintoma é particularmente desafiador, uma vez que uma mesma queixa pode corresponder a doenças de origens muito diversas. Podem originar sintoma tão desagradável, por exemplo, doenças pulmonares, cardíacas, obesidade, inatividade física ou até ansiedade.

Dentro das causas cardiológicas de falta de ar, que chamamos na medicina de dispneia aos esforços, destacamos a Insuficiência Cardíaca (IC). A IC origina-se de uma incapacidade do coração em bombear sangue de forma adequada para o corpo como um todo. Popularmente, é conhecida como coração dilatado e, embora frequentemente ele esteja realmente aumentado, isso nem  sempre acontece. Ou seja, existe insuficiência cardíaca com coração de tamanho normal, mas incapaz de bombear sangue e oxigênio na medida certa.

E por que a IC leva à falta de ar especialmente aos esforços? Porque nessa situação, o coração é mais exigido, uma vez que a necessidade de sangue é maior para que se possa desempenhar o esforço físico. Então, esse coração doente, que em repouso pode até ser capaz de suprir as necessidades, não tem a performance necessária para dar conta dessa necessidade extra. Lembro que essa está longe de ser a única causa de falta de ar aos esforços. Inatividade física e obesidade são muito mais comuns num cenário onde as exigências profissionais são cada vez maiores e o estilo de dieta se pauta cada vez mais em fast-food e alimentos  altamente calóricos.

Dito isso, o que pode levar a falência do coração? A IC tem causas variadas, e pode acometer indivíduos de qualquer idade, embora seja mais comum em idosos. As principais causas são sem dúvida a hipertensão arterial sem controle adequado por muito tempo e a falta de suprimento de sangue ao próprio músculo cardíaco, a que a medicina dá o nome de cardiopatia isquêmica. Por isso é tão importante controlar a pressão arterial através de medicação diária, rotineira. Lembro ao leitor que hipertensão arterial deve ser tratada todo dia e não somente quando se sente algo de diferente! Importante também tratar o colesterol e a diabetes, o que muitas vezes requer medicações complementares.

Quanto ao tratamento, ele começa mesmo antes que a falência do coração se instale. Como já dito, é fundamental tratar o risco cardiovascular precocemente. E fica o alerta, não espere ter sintomas para ir ao médico. Eles aparecem tardiamente, quando já se perdeu um tempo precioso de cuidados médicos.

E se surgiu dúvida quando à possibilidade de insuficiência cardíaca, procure seu médico.