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As virtudes de Paulo de Tarso são temas recorrentes nos meus textos. Já falamos de fé (clique aqui), já falamos de esperança diversas vezes (clique aqui) e sobre caridade também (clique aqui). Desculpem-me se acham que esse tema já se esgotou, mas acho que minha inquietação me traz de forma recorrente a esse universo. Olhando o comportamento das pessoas que passam por mim, nestes dias de pandemia, vejo algo em comum em todos: o assombro com a incerteza. Ficou simplesmente impossível esconder-se dela, não há garantia!

Esse é, porém, o ponto de partida da reflexão que tem insistido em ocupar minha mente. A incerteza! Podemos nos agarrar nos números que dizem que a maior parte da humanidade sairá viva disso tudo; mas, por menor probabilidade que você tenha (e isso depende de vários fatores, como idade, doenças previas, etc) o número nunca será 0% de risco e o 0,1%… pode ser exatamente: você! Sim, você. Mas o que quero discutir não é a pandemia, seu risco de morte, etc. O que quero trazer à tona é: quando foi, em que dia da sua existência, você achou que estava seguro?

Aqui acho que reside o lado bom desse período que estamos vivendo. Sim, existe um lado bom, apesar de tanta dor e sofrimento. Nunca houve garantias! Nunca houve 100%! Nós aprendemos a viver como se a vida estivesse sob nosso controle, como se fôssemos eternos , e tivéssemos todo tempo do mundo para desperdiçar com pré-ocupações (escrito assim propositadamente, afinal preocupar-se nada mais é do que ocupar-se antes).  Isso tudo é ilusão! O imponderável sempre fez parte da existência e, dessa vez, não deu para se esconder dele. E o que é o imponderável?

O imponderável é aquele 0,00…1 que não está sob seu domínio. Você ansioso, que assim como eu, quer ter controle de 100% dos fatores da vida, esqueça. Afinal, o imponderável vai ter matar de infelicidade, porque, se ele existe, é para cumprir uma função. E qual sua função? Mostrar ao Humano que existe algo maior que ele, que a existência não é um jogo de dados probabilísticos. Acredito, diante da incerteza da vida, do imponderável, que haja um destino último da existência  maior que trombar com um vírus em uma esquina, com um carro em um semáforo vermelho, ou com uma doença qualquer. Acredito, como Paulo, no valor da Fé!

A Fé é libertadora, porque tira de nossos ombros o peso de antecipar tudo o que possa acontecer e a necessidade de antever a todos os fatos da vida. Até porque isso é completamente ilusório, a dita ilusão de controle. Tenhamos Fé na vida e no destino. Há alguns dias trouxe uma reflexão sobre o Bhagavad Gita (clique aqui) e sobre o Dharma da Índia védica. O Dharma, em linhas gerais, significa missão, aquilo que você veio cumprir neste mundo. Acredito que cumprir a missão de nossas vidas, ou da Bíblia, empregar bem os talentos que Deus nos concedeu, seja o que nos tranquiliza e traz felicidade. Que possamos cumprir nossa missão com coragem e serenidade. No mais, que a Fé seja nosso sustento em dias de provação que estamos vivendo.